Havia se passado alguns dias desde que pensara a respeito de que dia falaria com Scarllet, ela e Yuma estavam se preparando para retomar a reforma que estavam fazendo, isso lhe ocuparia uma metade da semana, destruindo seus planos quase por completo. Enquanto estava no caminho do que seria a nova cafeteria, sua mente estava distante, por pouco quase n?o parou como de costume na linha do trem, se n?o fosse seu irm?o ele recuperasse a aten??o.
- Você n?o parece estar bem, essa semana foi difícil por causa da reforma, e sei que eu poderia ir sozinho... - eles ficaram parados na linha enquanto o trem passava, ela ainda estava distante, porém colocou um sorriso mínimo nos lábios.
-N?o Yuma, estamos fazendo isso por nós, ou você já se esqueceu que n?o pretende deixá-lo mais sozinho carregando tudo?- claro que ele n?o esqueceu, mas faze-lo lembrar o fez colocar um sorriso em seu rosto.
-Ent?o vê se acorda logo pra tirar aquele rejunte hoje entendeu? - disse recobrando a dire??o, ele ia na frente e ela atrás, seu rosto ao sentir o frescor na manh? havia deixado seu nariz assim como suas bochechas, rosa, e seus cabelos estavam soltos, ao sair de casa ela pensou que n?o teria problema em o deixa-lo aquela forma, bem, ela estava errada, a cada rua, ela se deparava com uma forte corrente de vento que trazia todo o cabelo ao rosto, quase a fazendo se desequilibrar, " Merda, mais que porra, da próxima eu me lembro de raspar a cabe?a" , antes de chegarem, algo lhe chamou a aten??o, uma picha??o numa loja próxima "para todos os infelizes que aqui trabalham" os vidros estavam quebrados e a picha??o estava bem no muro onde ficaram o logotipo da loja, um arrepio levantado pela sua espinha, só de pensar que a floricultura The Royal Gardens que agora, estava se tornando uma nova cafeteria deles, antes do emprego de Riley, Atordoava os pensamentos, Yuma após o dia da compra do imóvel a indagara sobre a sua surpresa ao ver uma floricultura em casa, ela negou qualquer coisa e disse que só estava surpresa pelo valor que foi vendida, ela realmente tinha medo do que Riley pudesse fazer, n?o tinha envolvimento nenhum com ela, claro, mas já estava em sua casa sem ela sabre.
Assim que chegaram abriram as portas que, logo depois daquela bagun?a toda, seriam removidas, pelo menos tinham que ser, pois o rangido que elas eram insuportáveis. A estrutura em si era magnífica, a entrada era composta com duas vitrines exteriores divididas por uma porta de madeira que ficava ao centro, seu interior era de paredes altas largas e verdes, a vista se estendia até quase o perder de vista, onde era interrompida por uma escada em formato circular, gasta e enferrujada, que logo depois veio o fundo e a porta para ele, encantada com praticamente tudo, desde a parede ao ch?o, ela viu a escada, nos dias anteriores, eles sequer se deram ao trabalho de investigarem se era apenas de decora??o, Ichika se interessou pelo que poderia ter acima, deixou a mochila com os mantimentos e foi logo para a escada.
- O sonsona... Essa escada é de decora??o tá subindo nela por quê? – falou Yuma do outro lado da constru??o, embora ele tivesse visto t?o pouco quanto Ichika, ele tinha quase certeza de que n?o poderia ter nada acima.
- Tem uma luz refletindo na madeira da escada, é óbvio que tem algo acima – respondeu enquanto continuava a subir, ao chegar ao fim da "escada de decora??o" ela solta um berro de cima - YU, EU TE FALEI QUE TINHA UM C?MODO AQUI EM CIMA, EU TE FALEI, COISA IGNORANTE AH! AH! AH!
Ele simplesmente soltou as ferramentas que estavam em punho, e saiu em disparada pelas escadas rumo a cima, e quanto viu que a comodidade de cima era grande como o de baixo, a diferen?a era a cor do ambiente, as paredes do andar superior eram de um bege encardido, havia tempo que ninguém limpava aquele lugar, havia vitrine como em baixo, só que n?o foram interrompidos por uma porta, ele ficou praticamente imóvel, tentando entender o porquê de n?o ter percebido antes.
- Eles deveriam usar esse espa?o para guardar os vasos – diz Ichika.
- Tá isso da pra perceber, a parte do fundo é muito pequena para por todos os vasos em baixo, sem contar que se vendiam muitas plantas aqui. – argumentou Yuma que estava se aproximando do enorme vitral que estava mal coberto com um pano velho e rasgado – sem contar que essa vista é linda, seria interessante usar esse espa?o para café, o que eu ainda n?o consegui maquinar é que, a escada é Muito no fundo, e só tem uma, como as pessoas poderiam vir pra cá sem atrapalhar o movimento dos funcionários?
-Bem, realmente... – murmurou Ichika, n?o tinha pensado a respeito do que fazer com a escada, para que os clientes n?o esbarrassem uns nos outros até que tiveram uma ideia – Bem é só fazermos outra escada – disse Ichika enquanto dava alguns passos para longe do vitral, ficando praticamente no meio – AQUI!
- E você acha mesmo que essa medida daria certo? – diz Yuma – veremos a parte de fazer outra escada depois, quase pro fim, a quest?o é, agora teremos mais paredes para pintar.
-Podemos come?ar por esses hoje, pois de baixo est?o bem avan?ados. – disse Ichika enquanto descia as escadas recém-descobertas - vou pegar as mochilas lá em baixo.
Após isso os dois iniciaram o processo, decidiram lixar as paredes, a fim de tirar só a tinta brilhante bege que tinha pintado o andar todo, mas o trabalho se tornou mais quando, viram que n?o tinha feito feito apenas duas ou uma cada, havia muitas camadas de tinta, e n?o apenas isso, fizeram vários intervalos de repeti??o entre as tintas, um trabalho mal feito, isso fez com que Yuma bufasse.
- Caralho! Os cara n?o faz nada certo, vamos ter que tirar tudo isso até chegar no primeiro tijolo! – resmunga Yuma, colocando, água no seu copo – e se bobiar, lá em baixo está da mesma forma, cara que ódio!
-Yu, tá tudo bem, a gente tem as ferramentas, e deve ter uma explica??o pra isso, sei lá, infiltra??o, olha quantas marcas de gotas tem pelo ch?o? – argumente Ichika apontando para as marcas claras no ch?o sujo de terra – Vamos arrancar esse reboco, mas depois teremos que ver onde está o problema, e você sabe que nem eu nem você subiremos esse telhado para descobrir.
-Chika, esse n?o é o maior problema, olha, fomos imprudentes em achar que lá em baixo teria menos, se for ver, tem até mais do que tem aqui, e tudo que tiramos foi apenas tinta de um reboque - disse tomando outro apressado gole de água - n?o acredito que essa floricultura foi t?o PéSSIMA a esse ponto! - ele se sentou no ch?o, apoiando sua cabe?a na parede.
Ichika se sentou ao seu lado, os dois estavam cansados, eles tinham avan?ado nos dias anteriores para chegarem aquela descoberta infeliz, tudo estava cansativo, porém, o dia tinha acabado de come?ar, e se os dois queriam chegar aoonde n?o tinham planejado, contidos que lidar com as adversidades, Ichika se levanta, enche um copo de água, e o bebê em uma golada só, ent?o, continua andando até chegar a mochila onde estavam os materiais que usariam, pega uma estaca e um martelo, e come?a a usá-los, Yuma solta um longo suspiro, porém se levanta e busca os mesmos materiais, eles n?o iriam desistir daquele dia, e logo depois ele vai para a parede oposta a de ichika.
-Bom,essas paredes medem no mínimo uns dez metros se hoje, você derrubar cinco e eu também, nós dois derrubaremos dez em um dia, ent?o, duas paredes- diz Ichika apontando a estaca na dire??o da parede, e ela delimita a parede pela metade.
-Bom, vamos ver quem consegue terminar a parede até a hora do almo?o, e nada de quebrar os tijolos tá? - Aquilo era um desafio, ichika nunca fora muito competitivo, mas, aquele dia ela queria ser, muito e muitíssimo competitivo.
-Tá bom, vamos ver que vai deixar o martelo primeiro.
???
-Bom dia meninas, o dia de vocês também está cheio? - diz Scarllet para seus colegas da recep??o - Vocês podem me dar a ficha do meu pequeno Leonard???
-Infelizmente você tem algumas horas até dizer adeus pra ele. Doze para ser exato, aproveite seu tempo. - murmura uma mulher que entrega a ela a ficha técnica do paciente. Escarlate de Paralisa. Porém pega a ficha e se dirige ao corredor do quarto, ela estava ofegante, n?o queria chorar, havia tempo, certo? Ela faria o possível para ser o menos doloroso. Ela estava na porta da ala, ela o viu, estava horrível, seus cabelos antes dos loiros deram lugar por nada, n?o havia um fio sequer na cabe?a, os olhos que eram t?o vívidos, agora eram vazios, ele tinha muito emagrecido, ele estava indo bem, Scarllet ainda cria que ele poderia melhorar, n?o que ainda o restara algumas horas, n?o dava pra ser assim, eles tinham se esfor?ado, principalmente ele, Leonard Kilian. Ela tinha que dizer pra ele o que estava acontecendo. O que poderia acontecer.
Mas como? Ele só tinha 9 anos.
- Oi meu príncipe, acordou bem hoje? - Perguntou ainda parou na porta com a ficha em uma m?o enquanto fechava a porta da ala, ele estava observando a janela - Leo?
- Oi tia - sussurrou o menino, um brilho surgido em seus olhos ao vê-la - EU VOU TER ALTA?? - Seus olhos se dispararam para a ficha que, logo que viu sua boca se curvou num sorriso.
Ela n?o sabia o que fazer, ela n?o podia mentir pra ele, tinha que tratar a situa??o como profissional, mas ele era uma crian?a, n?o dava pra ele lidar t?o cedo com a morte, n?o assim.
- Tenho primeira uma pergunta - disse Scarllet - o que você mais quer? Qual é o seu desejo?
- Eu vou ter alta? - argumentou o garoto, ele queria apenas aquilo, mas aquela n?o era a pergunta.
-Qual é o seu desejo? - repetiu ela, agora estava mais próxima a maca - N?o vou contar pra ninguém, é só um presente de mim pra você. Entendeu?
O garoto ossudo estremeceu, mas, n?o tinha mais jeito, ele teria poucas horas para realizar aquilo que ele idealizou como meta, por alguns minutos ele ficou em silêncio, pensando. Logo que seus olhos encontraram o de Scarllet um arrepio de incerteza levantou seu corpo, mas ela estava fazendo uma despedida certa, pelo menos pra ela. Ent?o ele sorri.
- Sabe, quando eu vim pra cá, meus pais me disseram que eu poderia visitar a praia se eu melhorasse, eu vou voltar pra cá depois né? - disse o garoto ainda a observar. Mas tudo o que escutou foi um "Já volto", portas batendo e um barulho de sapatos apressados, e depois nada, ele estava sozinho da ala, de novo.
Ela busca uma autoriza??o para pelo menos melhorar a situa??o, ela vai com a determina??o indo as alas de interna??o, marcha rumo à recep??o, o fluxo de pessoas no hospital é agradável, sem muitas pessoas, mas mesmo assim ela quase corre, ele tem horas contadas , e ela também.
- Scarllet se você veio me perguntar se pode ministrar uma dose de Fentanil no seu paciente eu já adianto que n?o, é muito forte e tudo que vai fazer é tirar a dor temporário dele - Scarllet a interrompeu, paralisando o dedo indicador próximo da boca de seu colega.
-Nora Clifton, n?o foi pra isso que eu vim aqui, Onde está o Ben? - diz ela cruzando os bra?os sobre o peito - Eu quero levar o Leonard para a praia.
- MEU DEUS ENLOUQUECEU? O garoto n?o pode sair daqui por favor pare de histerias! - Rebate Nora - Por quê quer fazer isso?
- ELE VAI MORRER, E NUNCA VAI TER VISTO O MAR! - grita Scarllet enquanto retoma a marcha, procurando por Ben e indo para a entrada, para ter uma vis?o mais ampla.
- ESTá BEM, ELE ESTá NA AMBUL?NCIA, MAS VOLTE LOGO! - gritou Nora, agora distante, contanto que quebraram a principal regra de se manter o silêncio no ambiente hospitalar, o que está fazendo é por uma boa causa, Scarllet sabe disso a cada curva que faz naquele hospital. Por sorte Ben estava no lado de fora, n?o na ambulancia, mas na escadaria do hospital.
-Ben... BEN Gosling - grita Scarllet no topo da escaria - Eu preciso da sua ajuda!- diz ela enquanto ele caminha ao seu encontro parando no seu lado. Arfando, mas ali.
- O que você quer? - pergunta Ben a ela.
- Quero levar o Leo para conhecer a praia, eu já tenho a autoriza??o pra isso, por favor nos leve pra lá. - implorou Scarllet com os olhos arregalados. Todos naquele hospital se conheciam, eram uma família e um integrante dela estava morrendo, sem um desejo realizado, todos sabiam da situa??o de Leo, e fizeram o possível para o manter vivo por um tempo, mas Scarllet n?o iria desistir daquilo, e agora tinha alguém pra fazer isso, junto com ela. Ben.
- Tá, vou ligar a ambulancia e pega o menino, sei aonde ir. - disse e ent?o os dois correram em dire??es opostas, Scarllet foi direto pra ala, e ele foi estacionar onde ficava a entrada dos pacientes, depois de correr tanto e quase escorregar ela chega a ala.
- Suas roupas est?o aqui, n?o est?o? - disse Scarllet enquanto abria a porta.
- Elas ficam nas gavetas, mas porquê? Eu tenho que usar essa roupa enquanto fico aqui. - argumentou o garoto ainda na maca, imóvel.
- Vamos a um lugar hoje. - conclui ela.
Aquela foi a ultima palavra antes que ela o trocasse e o levasse para a ambulancia, eles ficavam cerca de meia hora até a praia mais próxima, n?o t?o grande, porém era água salgada e a vista era deslumbrante, ela n?o podia ver a hora que ele colocaria os pés na areia. Eles estavam a caminho, com a vantagem de ter a ambulancia, o tempo foi diminuído.
- E ent?o, chegamos? - sussurrou o garoto. Seus olhos estavam brilhando, e suas pernas n?o paravam de se mover no banco enquanto esperava, ela acolheu cada resquício de momento que ainda tinha com o menino, e simplesmente o abra?ou de lado enquanto recostava a cabe?a dele em seu colo.
- Chegaremos logo, n?o é Ben?- Indagou ela ao motorista, que faz afirmativa com a cabe?a enquanto posiciona os dedos formando um 3. - Viu? Três minutos pra eu te mostrar a minha surpresa pra você. N?o durou o tempo esperado, durou bem menos, logo que a ambulancia parou Scarllet posicionou suas m?os nos olhos do menino, e o guiou até chegar na faixa de areia, isso fez com que ela quisesse chorar, mas n?o podia, era muito cedo pra isso. Mas era o horário perfeito para que os raios de sol n?o o machucassem, era 7 horas da manh?.
- Eu...- disse o garoto retendo um pouco a voz - EU ESTOU NA PRAIA????- gritou o garoto que come?ou a correr descal?o na areia, em meio aos rodopios e quase quedas ele estava maravilhado, se a extens?o da praia n?o fosse t?o grande Scarllet poderia jurar que ele correria aquela faixa inteira.
- VAMOS PRO MAR!!! - gritou Scarllet enquanto subia a barra da cal?a até a altura dos joelhos, logo os dois se encontraram no mesmo ponto, ela o segurou em seu colo, brincou bastante com ele e eles ficaram por algum tempo correndo no mar.
- ESSE é O MELHOR PRESENTE QUE ALGUéM PODERIA ME DAR!!! - gritou ele se jogando em seus bra?os, por algum tempo, ela se lembrou que seria o ultimo presente dele, aquele que ela esperava que ele levaria quando se fosse. Quando ele partisse. Scarllet nunca gostou de finais, quando terminou a escola ela n?o parou de chorar, quando concluiu a faculdade também n?o se conteve, o fato de saber que hoje isso existe e amanh? n?o mais, a deixava atordoada, por tempos ela se controlou, mas, naquele momento ela realmente se perguntou se era capaz de aguentar seus próprios sentimentos.
- Vamos jogar um v?lei por aqui, já jogou? - Leo fez uma men??o de "n?o" movendo a cabe?a - Ent?o eu vou te ensinar.
O tempo que passaram ali foi muito bom, eles jogaram v?lei até cansarem, correram mais um pouco, e ent?o encontraram uma concha que Leo decidiu que seria dele, logo depois foram tomar um pouco de sorvete, para refrescar o calor, e quando já n?o dava mais pra se demorar ali. Eles se despediram da praia. Com uma ultima ida ao encontro com as ondas, a sensa??o das ondas que vinham e iam, e o vento que tomava conta de todo o ambiente esvoa?ando os cabelos e deixando uma sensa??o mais limpa no ar, eles memorizaram tudo com algumas fotos, e Scarllet jamais se arrependeria se ter ido contra tudo e todos por ele.
???
- ACABAMOS!- grita Ichika completamente empoeirada, indo dar um abra?o em Yuma que estava no outro lado da sala. Ele desvia dela, joga os instrumentos no ch?o e segue atá as mochilas -Ei??? E o meu abra?o de irm??
- Fica pra depois do almo?o, t? morto de fome - Yuma se agachou e revirou a bol?a de mantimentos quase que inteira, depois vasculhou até a dos instrumentos pra ter certeza do que estava vendo - Chika... Você comeu a marmita antes de mim?
- N?o, bem, eu ia perguntar isso pra você já que foi você quem preparou as marmitas ontem - disse Ichika caminhando rumo aonde estava a garrafa de água, pelo menos n?o p?de ver o olhar mortal que Yuma lan?ou.
- Você disse O QUê? - berrou Yuma indo ao encontro dela, e a agarrando pela gola da blusa
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- Ei! Pera ai! Eu n?o fiz nada, você só deve estar de brincadeira comigo! Vai brigar por causa de comida! - rebateu ichika se soltando das m?os do irm?o - RELAXA... tem gente que trabalha com comida, eu pago a nossa marmita de hoje se você quer saber, MAS N?O PRECISAVA GRITAR COMIGO POR ISSO!!!
Ela desceu as escadas enquanto Yuma ficou aonde estava outrora com a irm?, se sentia estúpido, talvez, infantil demais seria a palavra certa, ele ficou lá por minutos a fio até finalmente decidir descer ao encontro dela. Ichika estava encolhida em um canto quando Yuma a viu foi logo ao seu lado.
-Desculpa - Sussurou ele - Fui injusto com você, juntei o fato dos caras terem feito um servi?o mal feito e descontei em você isso junto com a minha fome... Você me desculpa?
- Você sabe que n?o foi culpa minha - respondeu Ichika com lágrimas nos olhos, seu rosto estava absurdamente vermelho, e as lágrimas fizeram um rastro na terra que estava no rosto de ichika - Poderia ter me avisado que eu fazia.
- Eu avisei você... eu mandei mensagem - disse Yuma a pondo de pé - Pensei que você tivesse visto.
- Mensagem? Eu n?o vi nenhuma - adversa Ichika, pegando o celular que estava em seu bolso vasculhando até procurar a mensagem, que, logo ao encontrar solta um tímido sorriso - Desculpa, mas eu n?o me lembrava de ter silenciado você.
- Você o quê??? - diz Yuma quase rindo - Tá explicado porquê você parou de me responder!
- Quer que eu pague a nossa comida hoje? - questiona Ichika.
- Hoje n?o, Tenho um número em mente, vou ligar e logo estará aqui. - diz Yuma enquanto come?a a vasculhar em busca de um número, liga e come?a a esperar a resposta. Conversa com a atendente e conclui um despache que vai chegar em meia hora. -Prontinho - diz desligando a liga??o - em 30 minutos nossa comida estará aqui.
Cada um vai para o seu lado, e ent?o eles pegam seus celulares em busca de algo para passar o tempo, Ichika verifica as mensagens, vê as notifica??es, e depois de tudo, decide ver o que seu irm?o tanto faz, pois, a cada segundo o seu sorriso parece maior, ela se estreita atrás dele, e come?a a observa-lo ent?o, o vê conversando com uma garota com um histórico n?o t?o favorável, e a ultima coisa que vê é Vamos sair hoje? Isso faz com que Ichika reaja, o fazendo olhar para trás.
- O que você tá fazendo aqui? - exclama Yuma aproximando o celular junto de si.
- Eu sei muito bem com quem você está falando! - rebate Ichika, na realidade ela tinha alguns nomes em mente, mas n?o falaria nenhum deles até que Yuma admitisse.
- E o que que tem? - disse Yuma - ela nem é t?o ruim assim!
Agora Ichika tinha certeza, e seu ódio por essa pessoa nunca foi t?o grande,agora ela tinha certeza.
- Sakiko Shinju n?o é ruim? Fala sério? Ela ficou com todos os seus amigos antes de você! O que te faz achar que n?o é mais um entre eles?- rebate Ichika. Sakiko, tinha todas as qualidades que uma mulher perfeita poderia obter, para uma japonesa seus olhos claros eram o diferencial, seu rosto ela praticamente esculpido para ser fotogênico, ela tinha uma silhueta delgada e era rica. Todos a queriam. Todos incluindo Yuma.
- Eles nem s?o tanta coisa assim, pra come?o de conversa nos unimos muito mais quando come?amos a gostar dela - Yuma estava rebatendo quase que inconscientemente tudo o que sua irm? dizia. Ele n?o queria estar errado - Por isso, hoje eu quero chamar ela pra sair só pra poder dizer que a amo, tá bom pra você?
- Quer que eu seja sincera? Ela vai falar qualquer desculpa só pra dizer o porquê dela n?o poder ir, e quer saber de mais uma coisa? Eu até acho que ela pode ter ido pra outro país! Ou talvez esteja com o seu mais novo namorado norte-americano, quase modelo.- disse Ichika em tom ir?nico, aos poucos o rosto alegre de Yuma foi se desmanchando e um vinco entre suas sobrancelhas ficou praticamente estampado. Ele estava em cheque.
- Como tem tanta certeza assim? - indagou a ela, porém ela só deu de ombros, eles ficaram um tempo quietos até que uma notifica??o p?e fim em tudo aquilo. Era ela.
- Vê a mensagem e depois me diz o que é! - diz Ichika caminhando para uma poltrona empoeirada recostada ao canto.
- é um áudio... - diz Yuma aumentando o volume do dispositivo fazendo-se ouvir apenas o som daquela voz.
- Oi... é Yuma, eu n?o vou poder ir juro, eu até queria, claro, como sua amiga, porquê eu namoro haha, bem,eu só queria dizer que eu também n?o estou aqui, eu t? em New York, desculpa, mas quem sabe numa próxima - O áudio acabava naquilo, os olhos de Ichika estavam arregalados como dois pires negros em seu rosto, ela n?o poderia ter sido t?o certeira quando aquilo que acabara de dizer, ela, havia chutado e tinha dado certo. Yuma abaixou o rosto, seus cabelos castanhos escuros caíram-lhe sobre os olhos, seus músculos estavam rígidos, ela come?ou a respirar um pouco devagar, tinha medo de que qualquer coisa pudesse faze-lo explodir.
- Sr. Tsukumo! - O entregador estava esperando, finalmente o tirando de transe e o fazendo se mexer.
- Pode me chamar de Yuma, e ent?o quanto ficou?- disse Yuma caminhando em dire??o a sarjeta, o mais próximo do Motoboy.
- ¥ 500 Sr. Yuma. - Yuma soltou uma risada enquanto abria o aplicativo de banco.
- Pode me chamar de "você" cara, Senhor ainda n?o é pra mim! - enquanto isso o Motoboy ia levantando o capacete até ser revelado todo o rosto sob o sol, Yuma quase derrubou o celular com a surpresa que teve.
- é Evelyn Harris, Yuma. - disse abafando o som da risada com a boca, ela em si era alta para uma mulher, ele chutaria 1.70 de mínimo, seus cabelos eram castanhos mais escuros do que os dele, sua pele era parda, era magra porém tinha curvas e ao vê-la por inteiro ele corou ao perceber que tinha sido burro o suficiente para achar que era um homem apenas pelo capacete.
- Porra, desculpa, eu pensei que você era um homem! - disse levantando as m?os
- Tudo bem, mas, logo um homem? Você acha que mulheres n?o podem trabalhar como entregadoras? - rebateu ela colocando o capacete no retrovisor se espregui?ando no tanque.
- N?O NADA, TIPO EU ACHO SUPER LEGAL, DEIXA AS MULHERES MAIS INDEPENDENTES- disse fazendo-se ouvir o silêncio por um tempo - Você n?o é daqui né?
- Nossa, como percebeu? Foi por causa da cor?- disse ir?nica apontando o dedo em dire??o a faixa de pele exposta em seu bra?o.
- Bem, nem é por isso, o seu sotaque é bem diferente do meu, dá pra perceber. - disse caminhando até a guia e parando praticamente em frente da moto - Eu acho que te conhe?o de algum lugar, só por isso.
-Yokosuka High School, foi a única escola na qual eu estudei quando vim pra cá, no meu sétimo ano.
- MEUDEUS, ISSO! Eu estudei lá, Jogava v?lei, beisebol e tênis!- havia um certo entusiasmo em seu tom de voz, isso a contagiou a fazendo se afastar do tanque.
- Eu era corredora e jogava basquete! - iniciou ela com animo, porém logo abaixou o tom de voz - bom, eu jogava basquete, mas, nunca chegamos a jogar para a nossa escola, só como atleta que eu pude representar a escola nas corridas.
- Eu lembro de você correndo - mentindo prosseguiu - você mudou bastante!
- Eu também me lembro de você, vocês eram muito bons no v?lei, sem contar que você também era bom no tênis - ele quase a indagou pelo uso do "vocês" só que, ela estava se referindo ao time. Seus amigos. Seus melhores amigos, agora estranhos uns para os outros, ele afastou o pensamento e se concentrou na conversa. Sua boca estava seca, e seu cora??o estranhamente martelava. Yuma n?o havia pego as marmitas ainda, isso tinha despertado uma impaciência em Ichika, que se levantou da poltrona e prontamente foi até a porta onde se encontrava seu irm?o.
- YU! Eu t? com fome! - disse melancolicamente, seu irm?o se virou com os olhos arregalados, ambos provavelmente estavam em uma transe pois os dois tiveram exatamente a mesma rea??o, fazendo Evelyn descer da moto e ir até o baú, e entregar a Yuma as sacolas, Ichika mais que apressadamente pegou as sacolas e foi em disparada para dentro, deixando os dois sozinhos novamente.
- Ela é a sua namorada? - indagou ela o fazendo arquear as sobrancelhas, mais que apresadamente ele negou.
- Ela é minha irm?! - disse ele complementando - tenho duas!
- Eu também tenho um irm?o, só que ele é mais novo.- ela ficou um tempo em silêncio até finalmente terminar a frase - Meus pais s?o separados.
- Ele é seu meio-irm?o? - disse em um tom mais baixo.
- N?O! - exclamou ela - Ele é o meu irm?o... Irm?o mesmo, filhos da mesma m?e.
Eles se encararam por um tempo. Yuma n?o queria terminar por ali, ele tinha uma observa??o a seu favor, e ele a usaria.
- Mas voltando ao assunto - ele deu uma pausa, sua primeira tentativa da pergunta tinha sido falha, ele tentaria de novo - Se você n?o é daqui... da onde você é?
- Bem, minha m?e é libanesa e meu pai biológico é austríaco, só que o meu gene veio mais parecido com a minha m?e, e meu irm?o também, bem depois que meus pais se separaram minha m?e foi pra Europa, e me mandou pra cá, sabe, trabalhar e estudar.
- No sétimo ano? Você veio ilegalmente?
-N?o, tenho tios que moram aqui, e consequentemente acabei ficando, normalmente no natal eu vejo eles, sinto falta de pessoas que n?o me julgam só por causa do lugar em que eu nasci.
-Bem, eu n?o julguei você... - ele corou após pronunciar essas palavras, mesmo sendo baixo, ele pode perceber que ela escutou, pois ela virou a cabe?a para o lado oposto, mas depois chacolhou o cabelo para o outro lado e fez men??o de agradecimento, ela estava indo embora, mas, ele estava nervoso, suava frio - Passa seu número! - disse em tom relaxado apesar de estar praticamente nervoso. Ela deu um sorriso nervoso, depois deu uma risada,ela passou o número a ele, e se foi, deixando ele na guia de sarjeta, sozinho.
Ao entrar novamente dentro do imóvel ele estava absurdamente tenso, seus cabelos estavam bagun?ados, eles já tinham lhe tapado as orelhas de t?o grandes que estavam, ele estava ofegante como quem corre uma maratona, sua pele clara estava praticamente vermelha como pimenta, ele se sentou fazendo uma pequena quantidade de poeira voar. Ambos come?aram a comer, independentemente de qualquer curiosidade, por um tempo, os dois pareciam dois animais famintos quando finalmente acham comida.
- Sabe... essa garota Yuma... você gostou dela?- indagou ichika curiosa, ele levantou os olhos do prato e arqueou as sobrancelhas, no entanto como se já n?o bastasse concluiu - Acho que tem uma grande chance de você estar apaixonado!
- NUNCA! ACHA QUE EU SOU UM ILUDIDO QUE NEM VOCê???? - ele soltou a colher que estava usando apenas para apontar para ichika - Meu Deus eu SEQUER A CONHE?O, como você conclui coisas assim???
- Bem, ela perguntou se eu era a sua namorada, obviamente ela deve estar vendo as possibilidades como você.
Yuma se engasgou com uma colherada de arroz que tinha acabado de por na boca, ele estava indignado com a tamanha audácia, ele n?o a conhecia, ele sequer sabia se realmente ele havia tido um despertar de sentimentos com ela, Yuma era estatístico demais, ele tinha que ter 100% de certeza antes de investir em qualquer coisa, ele sabia que queria ela, só n?o tinha certeza.
- Ela só deve ter pedido o meu número para dar para as amigas ou simplesmente pra ter um algorítimo a mais. - Ele foi seco e direto ao ponto, tirou todas as possíveis esperan?as que ele poderia ter, mas era melhor assim, o silêncio, eles terminam de comer e ficaram descansando por um tempo, até que uma notifica??o interrompe o silêncio no ambiente, era ela. Um áudio.
-é ELA! - exclama Ichika, mais entusiasmada que o próprio irm?o.
N?o pode ser, n?o precisa ser ela ele abre o app de mensagens, e se depara com o contado dela, e n?o só uma, mas duas mensagens, com isso ele direciona um olhar assombrado para Ichika, que fica mais contente.
- ANDA LOGO YU, EU QUERO SABER O QUE ELA DISSE!
- Oi, é bem, eu estou aqui na escola que a gente estudava e você realmente tá em um quadro, na verdade em vários, maseu estar te mandando uma foto com sua equipe, vocês s?o iguais pra caralho, ent?o, bem, eu vou circular o que eu acho que é você - ela dá um leve suspiro antes de continuar - E felizmente ou n?o, vou te mandar uma foto minha que acabei achando aqui sem querer.- acabava naquilo, ele levantou os olhos e se deparou com ichika o encarando com seus olhos e fazendo festinha com os dedos.
Ela enviou as fotos, nela apareciam a equipe de Yuma, seus colegas de time, em geral eles era muito parecidos, Yuma era um pouco diferente dos demais, pois seu cabelo era mais curto na época, todos estavam uniformizados com a cor verde musgo daqueles uniformes ridículos para esportes que incrivelmente deixaram ele melhor na foto, e ela tinha acertado, pois havia circulado exatamente quem ela achava ser o Yuma, depois veio uma foto dela, seus cabelos castanhos escuros estavam presos em um rabo de cavalo, ela era bem magra, continuava alta, e o uniforme verde claro de corrida a deixava mais confiante com a medalha no peito, Ichika explodia com tantos planos para fazer os dois ficarem juntos que ela tinha bolado, e ele, bem, ele só sorria, e por ultimo foi surpreendido com uma mensagem Você e eu, no parque, sábado, talvez as 14 horas, você poderia me ensinar a jogar v?lei?
???
As máquinas haviam se desligado, Ele havia partido, seus pais estavam em seu leito. Morto, segurava o presente da melhor e única amiga que ele tivera em toda a pequena vida que ele teve, Scarllet estava sendo forte, ela havia alertado os pais do garoto logo depois que voltaram da praia, eles estavam como em vigília, apenas esperando o ultimo suspiro ser ouvido, apenas o adeus que ele daria, e naquele dia ele se foi, 13:00PM, normalmente horário de almo?o, todos apressados, porém os 3 ficaram ali, Scarllet ficou ali, amparando por eles, abra?os sinceros e lágrimas escorreram de seus pais, que haviam até mudado de país por causa do tratamento, eles o amavam. Ela o amava, logo que o corpo foi tirado da ala, ela se dirigiu a uma de pediatria que estava sendo desativada, ela se agachou no canto da sala, e onde ninguém mais poderia vê-la, ela chorou, muito, até cansar, até afoga-lo com as lágrimas, até n?o restar nada.
Uma hora se passou depois que o garoto morreu, e durante esse tempo, Scarllet chorou, Ela se levantou da onde estava, foi até o banheiro feminino e lavou o rosto, suas colegas que estavam no ambiente ficaram sabendo do ocorrido e foram a apoiar Você fez tudo o que pode, você deu o melhor tratamento para aquele menino, fique em paz tem coisas que fogem de nossos limites. disse uma das médicas que trabalhava junto com ela, todas sabiam o quanto eles eram próximos, mas ela n?o precisava disso, n?o delas, ela só queria uma pessoa, a única que poderia entende-lá. Ela se dirigiu até o seu carro, pegou seu celular e ligou para Riley.
- Oi amor!!!- gritou Riley
- oi...- disse em um suspiro entrecortado
- O que aconteceu?
Isso fez com que ela despejasse a situa??o como se fosse água, disse do garoto, ela falou tudo, o que sentia, que se sentia culpada, que talvez tenha sido negligente em n?o ter dado um tratamento que o salvasse, que o mantivesse vivo.
- Olha você fez tudo o que pode...
- Se eu realmente tivesse feito tudo, acha que ele teria morrido????
- Poxa Scarllet eu n?o sei
-Pelo menos se esfor?a!
- Olha eu t? ocupada, t? na recep??o de uma empresa esperando uma entrevista. Depois a gente conversa, em casa.
- Vem logo pra cá.
- Depois, na sua casa, beijos te amo.
Ela estava ali, com, a cabe?a apoiada no vidro do carro, as lágrimas estavam secas, sua boca também, ela queria ajuda, alguém, um resquício do que poderia ser a salva??o, mas n?o, ela pode vir ajudar quem chama de "amor da minha vida" pensou, logo ligou o carro e foi para uma cafeteria, n?o a de costume, qualquer uma. Já beirava as 15PM quando ela entrou em um estabelecimento comercial, tomou o café que parecia bom pra todos, menos pra ela, comeu simples waffles, sem gra?a também,nada estava bom, tudo tinha um certo amargo, ela pagou a conta, pegou o carro e foi pra casa, dormir um pouco.
Depois de um tempo, Riley chega triunfante, ela tinha conseguido um novo emprego, enquanto isso, Scarllet estava jogada no sofá, vestida com um pijama de gatinhos e olhando para o teto, ao perceber Riley se senta no sofá e apoia os pés na sua mesa de centro.
- Eu te esperei o dia inteiro - diz Scarllet procurando evitar o olhar de Riley
- Olha, n?o é culpa minha que eu consegui um emprego - responde Riley que tira os sapatos e os atira em dire??o a porta - Eu sei que você estava louquinha pra me ver.
- Eu ainda n?o esqueci aquele assunto das duas horas - resmungou ela ainda olhando a parede
- Meu Deus faz tipo umas 3 horas que esse menino morreu, tipo??? Ele nem era da sua familia - disse reclinando no sofá, e recebendo um soco na barriga o que a fez gemer e girar para o lado - mas que porra! - A m?o de Scarllet tapou a boca de Riley, que naquele momento estava em cima dela, com os olhos vermelhos e com os músculos rijos. Sua respira??o estava pesada, e se aproximando do rosto de Riley proferiu.
- Eu estou em luto - sussurrou ao lado do ouvido de Riley - E se quiser me ajudar sem levar um soco na cara, eu sugiro que mude o método. - disse voltando ao seu lugar.
- Desculpa... Você sabe que eu n?o sei ajudar ninguém - Disse baixinho, ela ainda estava assustada, ela n?o sabia se por no lugar dos outros, mas sabia que se ela pisasse em falso de novo ela estaria fudida, literalmente. - Bem, você sabe que fez o que pode, e mesmo que você goste dele, tem que deixa-lo partir, bem porquê - aproximando-se continuou - Você sempre se cobra, você sempre foi assim, ele foi seu amigo mas, as vezes tudo tem um fim.
- Mas n?o precisava ter um fim... - ela estava encolhida no outro lado do sofá quando Riley colocou a m?o sob o seu ombro, a fazendo se deitar em seu colo.
- Bem, você se lembra aquela vez que eu fui à praia, eu te contei que eu conheci uma brasileira?- ela estava brincando com os cabelos rosa - Sabe, ela me ensinou muitas coisas...
- O QUE ELA TE ENSINOU COLLING???? - disse a interrompendo, levantando o corpo e a encarando.
- Eu tava triste quando tive a minha primeira recaída... posso continuar - Disse a recolocando em seu colo. - Ela tava passando um dos melhores dias dela lá, mas dai ela parou e me deu aten??o enquanto o namorado dela estava por ai...
- O que isso tem a ver com o Leonard? - Scarllet estava a observando bem na íris dos olhos, estava confusa, e queria uma resposta n?o compara??o.
- Bem, ela quase ficou na rua, n?o tinha pais, e bem, viu de tudo nessa vida - Isso fez com que Scarllet fechasse a boca, ela parou para escutar tudo - Ela nem sabia a idade dela, dai, uma professora da cidade dela, adotou ela, alfabetizou ela, e, ela se tornou uma empresária! - Riley estava triunfante quando terminou, e Scarllet estava mais confusa ainda, nada tinha sido solucionado, ela, tinha sido comparada, de novo. Isso a fez franzir o cenho -E n?o me olha com essa cara, bem, o que eu quero dizer é que com todas as dificuldades que ela teve, ela n?o ficou presa ao passado, como você n?o precisa ficar presa aquele garoto... entende?
- Mas eu n?o estou passando por uma dificuldade, n?o tem nada difícil pra mim, eu só perdi alguém - Rebateu Scarllet, ela n?o queria esquece-lo, e mesmo pedindo ajuda sentia que n?o deveria ter feito isso, um amargo subiu o seu amago, ela sempre fez tudo sozinha, seus sentimentos sempre foram só seus, e ent?o porquê agora os falaria para alguém?
- Só o esque?a Scarllet e você vai ver que tudo ficará bem - ela ainda ficou um tempo a acariciando, e depois se levantou - Vou fazer a janta, já é sete e pouco.
E era mesmo 19 horas, e ela nem tinha notado, Riley se levantou e foi para a cozinha, deixando-a ali, com seus pensamentos, cansada de pensar, ela só simplesmente se deixou levar pela música que Riley estava escutando, uma música com uma letra bacana, gostosa de se ouvir, elas escutavam aquela música sempre, sempre que seu irm?o mais velho a chateava, sempre que os pais da Riley inventavam alguma coisa para odiar, sempre que elas entravam no carro, sempre que se beijavam, aquela música sempre esteve com elas "Oh darling" dos Beatles, ela podia escutar Riley cantar junto, e inconscientemente seus lábios se movimentavam de acordo com a letra.
Muitas outras músicas tiveram que vir até ela decidir se p?r de pé e ir até Riley, que assim que chegou na cozinha, colocou seus bra?os ao redor de sua cintura e apoiou a cabe?a em seus ombos, ela fazia movimentos lentos com a boca ao redor do lóbulo dela, havia tempos desde de que n?o ficavam assim, e ela guardou pra si aquilo, enquanto pacientemente a observava cortar a salada. A música continua, fazendo com que a duas se movimentem devagar de um lado para o outro, Scarllet solta um sorrisinho e isso faz Riley arrepiar, antes que ela pudesse dizer qualquer coisa chega uma notifica??o. Riley solta a faca e se vira de frente para Scarllet, lhe lan?a um sorriso malicioso e prossegue despreocupada.
- Deve ser a notifica??o que eu tava esperando, pega lá pra mim? - Enquanto Scarllet ia ao encontro do celular, Riley secava as m?os com um guardanapo.
- é a Rebecca... - Riley se aproxima rapidamente e logo lhe tira o aparelho das m?os.
- Fiquei esperando o dia inteiro pelo áudio dela! - Exclama entusiasmada.
- Fala mana, bem, como o objetivo dessa porra de grupo é só fazer um rolê quando todos nós conseguíssemos emprego, ent?o, como eu fui a ultima, posso finalmente dizer que fui contratada, ent?o... - Ela dá um longo suspiro - Posso dizer que teremos um rolê hoje, sairemos daqui de casa as vinte pras oito, e a hora de voltar é com vocês. - Assim terminava o áudio, enquanto Riley via o relógio dar 19:30, Scarllet tentava entender como ela tinha um compromisso daqueles, e n?o avisara nada antes.
- Primeiro quem vai? E .... - ela pestanejou um pouco até dizer a outra frase - Ri... você tem mesmo que ir?
- é o pessoal da floricultura, sabe, depois que todos nós fomos despedidos fizemos a proposta de que, se fossemos contratados, sairíamos para beber e tal - Ela já estava tirando a camisa, e entrando no banheiro quando concluiu - N?o se preocupa, até as onze eu t? em casa.
???
Era sete e meia quando Ichika ainda estava debaixo do chuveiro, ela concordaria que sim, estava uma imundice, mas, ela estava ali, tempo o suficiente para come?ar a enrugar, ela fechava os olhos, o rosto dela vinha em mente, os abria de novo e a pergunta surgia ela é só uma conhecida para você? Ela queria solucionar sua dúvida, ent?o independentemente do quanto antes, ela perguntaria se eram amigas, ou nada, e se fossem nada, ela estaria perdida.
Ela armou um plano completo, sairia de casa, e iria direto para a casa de Scarllet, se ela estivesse lá, falaria que queria ser sua melhor amiga e pronto, problema resolvido, agora, só restava saber quando era o melhor momento para agir. Saindo de espreita pelo banheiro foi direto para o quarto, n?o queria que Yuma a visse, só estragaria seus planos, quase todos estavam em seus quartos com exce??o dela, que entrou e p?s a se trocar, primeiro, colocou um conjunto de moletom, mas se sentiu muito burra, pois, e se ela perguntasse o ela que ela faria em plena 8 da noite? colocou um short e um cropped, mas se sentiu muito forjada, pois, poxa, parecia realmente que ela estava indo para algum lugar beber ou ir para a praia, ela tentou praticamente todo o guarda roupa, e essa movimenta??o fez com que Yuma saísse de seu quarto.
- O que você tá fazendo? - indagou ele abrindo a porta - Ichika, já é tipo, umas oito horas, e você n?o vai sair hoje, temos que estar bem pra come?ar amanh?.
- Entendi, mas, eu n?o posso sequer provar minhas roupas? - retrucou ela enquanto via seu precioso tempo ser desperdi?ado.
- E você n?o teve tempo de prová-las quando estava no provador antes de comprar? - ele tinha a raz?o e o tempo a seu favor, e ela n?o queria mais perder nenhum dos dois, ent?o prontamente o expulsou assim mesmo.
- Se eu quiser provar minhas roupas eu vou provar, independentemente se você acorde ou n?o - foi a ultima frase antes dela fechar a porta, e se virando novamente para o espelho de ch?o viu um short de moletom, e um blus?o quase na extremidade oposta, ela provou, ficou muito bom para uma fuga ou uma caminhada de madrugada, e pra melhorar o disfarce ainda se deu o trabalho de por uma blusa fina de frio, ela estava pronta, agora, só lhe restara saber que horas ela sairia de casa, para n?o ter um horário específico arrumou toda a roupa que tinha bagun?ado, pensando que iria demorar muito tempo, míseros 20 minutos de passaram com o processo, ela teria que esperar.
Duas horas se passaram desde que ela havia tido a brilhante ideia de fujir para a casa de Scarllet, era a hora perfeita, pois daria tempo o suficiente para ela conseguir chegar até a casa dela, seria ótimo, com isso ela abriu a porta, desceu as escadas devagar, estava passando pela sala quando um arrepio subiu sua espinha.
- O que você está fazendo acordada? - Era Yuma a voz na escurid?o - Antes eu realmente achava que você estava provando roupas de noite e tal, mas tá difícil de achar que você n?o vai para nenhum lugar, aonde você vai?
- Eu só vim beber água. - Disse mudando a rota - E tá um pouquinho frio no meu quarto, sabe, bate muito vento, ent?o eu tive que por essa blusa - ela bebeu água pra n?o sair do personagem, mas voltou furiosa para seu quarto, n?o era possível que ele estaria em todas as formas dela fugir? M as tinha uma coisa que n?o podia dar errado, ela abriu logo a janela do quarto, e observou a distancia, era muito alto para uma queda, mas se ela usasse as suas antigas cortinas ela iria conseguir, ela ainda estava no parapeito quando decidiu esperar Yuma dormir de novo, um minuto se passou e ela foi pegar as benditas cortinas, ela amarrou no var?o das cortinas, teria que ser resistente o suficiente, logo que se p?s no lado de fora, logo se deu o trabalho de descer o mais rápido que podia, n?o queria que as cortinas rasgassem, ao chegar no ch?o ficou triunfante, e olhando para cima, via que n?o tinha mais como voltar atrás, revirou os bolsos apenas para se certificar que sua chave e seu celular estavam lá, e come?ou sua caminhada.
Ela era a única pessoa que estava andando naquelas ruas, mas ela tinha uma ambi??o, ela pensara em Scarllet todos os dias, e ela n?o poderia ficar com aquela dor no peito de ter uma dúvida e n?o poder solucionar, a deixava com um gosto estranho na boca, na primeira vez foi minutos, só que já fazia meia hora que ela estava andando, n?o era cansativo, era estranho, pelo menos para ela, e estava ficando frio, ela estava de short mas se n?o fosse pela blusa ela estaria congelada.
Ela estava desistindo, ela queria desistir, voltar, mas, n?o dava. Voltar por qual motivo? Ela iria se questionar de novo, ela estava desistindo, mas viu a cerejeira ao longe, e sabia que estava perto, mais um quarteir?o, só mais alguns passos, quando menos percebeu se viu correndo, e ao finalmente chegar em frente ao port?o ela parou.
Inicialmente ela bateu palmas, mas, era inútil nada acontecia, depois tentou gritar,mas iria acordar a vizinhan?a, logo tentou a campainha, mas nada deu certo, ela tentou até pular o muro, mas seria inútil e se tivesse sensor? Ela estava sentada na guia, com os bra?os em volta dos joelhos, se Scarllet n?o aparecesse ela iria embora, mas, ela tinha que falar alguma coisa, nem que só os muros e as flores soubessem o que ela tinha dito, n?o poderia ficar só na mente, ent?o ela levantou, se virou para a entrada, e iniciou o seu discurso.
- Quero que se foda quem vai ouvir essa porra, só que Scarllet, eu gosto muito de você, se você avisa o quanto eu te quero você certamente se assustaria, mas eu n?o entendo porque eu sou assim, você já tem alguém, VOCê TEM AQUELA LOIRA FUDIDA, mas eu só queria que você fosse minha... - ela estava falando em alto e em bom som, ela estava ofegante por causa da velocidade na qual estava falando, mas ela iria obriga??es ent?o respirava fundo, deixando os sentidos fluírem - MINHA só minha, eu sempre tive que abrir a m?o do que eu queria pelos outros, tive que deixar de gostar de uma coisa por que outras pessoas n?o queriam, MAS EU QUERO SER EGOíSTA, E ESSE SENTIMENTO QUE EU TENHO... N?O Dá PRA EXPLICAR, eu quero que você seja minha namorada, a pessoa que eu amo é você mas... - Seus cabelos escuros estavam bagun?ados, ela estava suada todos mesmo no frio, estava corada mesmo n?o falando com nada além das paredes - mas , se você n?o quiser nada comigo... tudo o que eu realmente queria era, ser, pelo menos sua amiga, sua melhor amiga... mas você quer ser minha amiga?
Nesse momento há uma estranha movimenta??o na esquina, ela escuta passos correndo, quem mais seria sem ser ela? O som de respira??o fica mais forte, e ela se sentiu impulsionada a dar passos em dire??o a luz finalmente ouvir um berro antes de sua imagem ficar clara pela ilumina??o do poste.
-RILEY!!! - é o nome que a voz pronuncia e que logo depois para seu desencanto, ambas est?o embaixo do círculo de luminosidade, elas est?o pasmas com o que est?o vendo, Scarllet está com o cenho franzido, enquanto Ichika demonstra certo espanto,mas as duas est?o paralisadas - O que você está fazendo aqui?
? momento escritor/leitor ?
Podem me chamar de infeliz, eu n?o vou ficar ofendido, sim, poderia ter feito no mínimo uns 4 capítulos com o tanto que eu escrevi, mas mesmo que eu tenha desmoralizado, quero dizer para n?o desistirem, de mim e da história, e vou Mendigar sim, porque que eu n?o tenho leitor, ninguém comenta nem vota... ent?o pliz faz aquele favor e n?o parece deixar de acreditar na história, pq eu t? buscando deixar ela mlhr, ent?o, talvez ela tenha umas 10.000 palavras da próx ( KKKKKé BRINKS) mas votem! e comentem, considerem sugest?es ou surtem comigo!
Q vocês têm toda a sorte do mundo ??
Com mts beijinhos da autora ★